segunda-feira, 14 de setembro de 2015

(um dia)



finjo não me importar

disfarço

faço oculta dor

de amar



congelo dedos

pra não mais

em palavras entregar




sinto muito


minto ainda mais


dor não há

tudo vai bem




é só continuar

seguir

daqui pra lá




por dentro
desejo:

um dia para de sangrar




(jm)


o tempo de preparo acabou
agora é chegada hora de provar quem soube melhor se guardar

um mundo fechado
na fachada do ser
que nunca foi
só teve

e ainda pouco
sentia oco
vazio 

peito vida
pedindo companhia
perdido vagou

sozinha lida
doentia sina 
de uma falta coletiva
que nunca sanou

[não fomos feitos para o ímpar]

(jm)