segunda-feira, 25 de abril de 2016

~ vai ~







vai,
mostra o que tens a dizer

vai,
faz brotar palavra do fundo do teu mundo chão


diz, 
sílaba por sílaba o motivo do seu caminhar

vai,
continua
que
na beleza dos gestos incessantes de luta
já fazemos o mundo mudar.

(jm)


Fotografia: João Marcos Nigra Eusoujoma no Slam do Grito na Casa de Cultura Chico Science, abril/16.

quarta-feira, 20 de abril de 2016

das sensações e medos .dela.


a sensação que acompanha
e fica cada vez mais forte
anuncia o fim

a dor de todos
que dói num todo meu
não há parte que escape
latejam os problemas
tiram-me o sono as angústias

é o fim
eu sei e sinto
muito bem

de um ciclo
ou da pele,
da carne, do osso

suspirar, enfim

não me escondo

se for pra morrer
que seja na praia

no caminhar
em direção ao mar

imenso
como somos.

(jm)


domingo, 17 de abril de 2016

os poemas


poemas sempre são endereçados
poemas sempre têm CEP marcados
poemas sempre entregam algo passado
poemas sempre contam o incontável
poemas sempre são armas pelo inominável

poemas
ah, os poemas

confissões do poeta
em direção ao
querer

ser

mais

amado


(jm)

novos golpes




 tantos falando em deus

(sim, com minúscula) 

e eu só 

enxergando uma hell-alidade.


(jm)

das honrarias: Toda via,


. apresentação feita para o livro Toda via, de Michele Santos, lançado em dezembro de 2015.  procurem sobre. ;)


"Um livro não é necessariamente produto, resultado de algo, mas parte de um infinito pulsante e vivo que se tenta dividir com outros. Um esforço em devolver ao mundo, terra - e às vezes corpo também – pisado, uma interpretação, um olhar sobre o percurso vivido.

Vida é e precisa de movimento, como as ondas no mar, que mesmo aparentando calmo, não cessam. A poética sentida e expressa por Michele Santos exige mais que olhos, começa com o passeio destes nas palavras e em pouco tempo tudo se move corpo e alma adentro.

Como ela mesma diz: 
"existir é mais contra que com
e ninguém ainda veio comigo" 

Justamente por isso nasce “Toda via," a materialização de um convite para que outros visitem esse universo-pessoa que se apresenta em versos e emoções ímpares.

A cada passeio por estas páginas, uma nova interpretação. Sempre outra via a desvendar. Um sentido diferente a cada olhar, múltiplos atalhos e desvios a percorrer em sua própria companhia.

Nesse percurso é bem possível que sensações inéditas se aventurem, pois "em corações de puro sangue/ os dias se abrem em carne viva"

Um aviso: é poesia bruta. 
Sugiro pausas para lapidar entendimento a gosto.

Se "ler silêncios dá trabalho", aproveite e encare o teu agora nas páginas que virão. Os encontros pelo caminho dirão se o livro foi lido ou se no fim, ele que nos leu.  Soltem os “sintos” e boa viagem! "

(jm)

alimento


poesia é alimento
pra alma
parceria é alimento
pra luta

(jm)


brincando com memes




Arte 1: Janaína Moitinho
Arte 2: Jefferson Santana

com palpites de Marília Rossi.

~ la bamba ~


A vida é o la bamba
Eu sou a criança tentando segurar enquanto quica


(jm)

dos golpes de sempre


independente dos resultados
das tentativas
e lutas
de um lado
ou de outro

que saibamos
respeitar
a dor
das perdas
ou as ilusões
de ganhos
que ultrapassarão
o dito
placar exposto

falemos do que não se pode ver.

o estrago é sempre maior
quando ninguém está disposto
a escutar
e mudar

certezas
ferem mais


(jm)