o corpo vivo
sangrando em excesso
pede socorro
o corpo aparentemente vivo
morde toda esperança
que vê
alimento pouco para
não se partir
corpo que nada cabe
corpo que nunca coube
corpo que se vende adulto
em flash, passo
porte e casca
mas por dentro infante
perdido chora
sem colos, risos
nem rumos
corpo que tanto se empresta
se esforça
se curva
se aperta
corpo que não sonha
porque não dorme
corpo cansaço de luta muita
clama festa de almas e luzes
a dançar
corpo corpo corpo
corpo disparadeiro
corpo mar
corpo onda
inundação
corpo tão nu
corpo meu
corpo sagrado
que carrego
corpo de quem ora
aterra
banha
geme
e abraça
(jm)
out/2020
Nenhum comentário:
Postar um comentário